Monça

Mas que fui, xunpuda. Tudo ou nada.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Ocasião parcimoniosa

Deleitando meias loucas em pés únicos, desci melancólico por entre as roseiras renitentes enquanto um atordoado físico nuclear remava por entre as luzes de um sismado meio dia pobre.

Desci através das cicatrizes de suas rugas, chafurdei sobre as cinzas de seu umbigo e belisquei as ocasiões indiscretas de seus preâmbulos. Amordaçado, ele gemeu urinando sóis engrandecidos sobre brasas plácidas em seu tornozelo. Quão ignóbil quedou sua frustração, quando alucinado, desandei:

- Forasteiro de uma só praça!! Desça de teus colírios e esfregue sua alma com os sais dos ossos de teus mortos! Salte antecipando uma empunhadura brava, na corriqueira solicitude de suas feridas!!

Ele se acovardou, ante a refrega cerimoniosa:

- Luzes são para latinos, protestantes, endeusados e vagabundos. Sua solidez não diluirá minha retumbância enquanto pequeno, peco.

- Saia do lume de tuas vendas e se refresque com os pingos dos suores das lesmas pirilampas, ordinário acidulante de foscos paroquianos! Tens medo de morder uma brisa enquanto tua mão peleja com teus pés?

- Não vejo um miúdo tão bárbaro quanto os ordinários telepáticos que subtraíram tua surdez.

- Pássaro manco, defenestrado! Sobe um pouco sobre os muros gramados de vínculos assoberbados em infrutíferos pomares da realeza e dirás que, não fosse pela ausência do azul celeste, a noite ocasional pacificaria os prados de tua visão.

Enquanto preâmbulos em episódios sôfregos deitavam carreiras sobre os lombos de hienas, chorei ofuscado pela terra cor de luz que acendia e apagava. E fui dormir, parcimonioso e delicado.

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