Monça

Mas que fui, xunpuda. Tudo ou nada.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Amar é suar e ter o que não se ouve

Outro dia, parecendo assim que os gatos atravessariam o oceano, tive no ocaso da minha pia que chamava os lastros para quedarem quietos enquanto ela se arremessava, o que se chamou de amor, por não estar entre as leves plumas de um céu nublado.

Deixe quieto tudo aquilo que ousa, pois quão suave pode ser um céu nublado numa tarde de lua branca, quando a melancolia acorda de sua copa, atirando-se de bruços numa lâmpada desmerecida? Sei que fui para onde a ponta aponta, lá longe onde o céu esfrega sua dor num sarau aquático, mas de que adianta ouvir a solidão alheia se nela se despeja seu próprio despreparo?

Tudo o que pode ser fatal numa luz branca, é negro. Nego o negro que jorra seus vermelhos óxidos e exala suas púrpuras tomadas de dois furos. Negro belo, lúcido, de penas esbranquiçadas no alvorecer de uma lata de pomada que endurecia sob a cachoeira. Jovem entusiamo galopante, desgarrou-se do esplendor para espanar seus cabos, fios, tesouras e arrependimentos. Toma pois, fétido orgasmo! Agora é tarde, aqui estou para orgiástico sugar seus buracos aromáticos, quando usurpas da loucura que transcende até mesmo os suburbanos de trens avassaladores.

Amo negro. Amo sua luz. Amor plácido, de esferas pontiagudas jogadas nas paredes, presas em vidros translúcidos quando quebra sob perfurações de centos e tantos quilômetros por segundos. Venha. Espero que saibas enlouquecer para ficar sóbrio, como eu. Como eu. Como como. Coma-me!

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